domingo, 12 de fevereiro de 2017

Capítulo 15

Cristofer passara pelos sexto, quinto e quarto pavimentos do castelo sem maiores problemas. Ninguém o abordara. Nesse ritmo, pensava o rapaz, logo chegaria ao seu destino.
            O monge andava pelo extenso corredor central, procurando a sala onde ficava a escada que dava acesso ao segundo pavimento do castelo. Fora pelo andar onde agora se encontrava que invadira a residência do rei e foi descobrindo, pouco a pouco, como acessar os pavimentos superiores, até chegar ao sétimo andar. Agora retornara ali e deveria descobrir aonde ir para alcançar os níveis inferiores da mansão. 
            Enquanto andava pelo corredor, avistou um grupo de soldados que vinham em sua direção. Eram, no total, quatro homens. Seria fácil, pensou Cristofer, se o seu disfarce fosse descoberto. Poucos adversários e um bom espaço para lutar – o corredor central era bem largo.
            - Olá, rapaz. O que faz nesta parte do castelo? Questionou um dos homens, ao se aproximarem de Cristofer.
            - Eu sou do sétimo andar e tenho um recado para o capitão do chefe Alfredo.
            - Tudo bem. Siga o seu caminho – falou o homem, passando por Cristofer.
            O monge continuou. Teria que achar a sala que o permitiria chegar ao segundo pavimento do castelo. Depois de alguns passos, olhou para trás. Os guardas que o interrogaram não se encontravam mais à vista.
            Cristofer continuou pelo corredor central, verificando as salas que encontrava pela frente. No quinto corredor que entrara, reparou que conduzia apenas a uma única sala. Foi até o final do corredor e abriu a porta. A sala era grande e circular. Nada havia ali. Teria que voltar e prosseguir em sua busca. Cristofer saiu da sala e continuou sua jornada. Chegou novamente ao corredor principal. Começou a andar, mas logo parou. Um grupo de soldados saiu de um dos corredores mais à frente, agrupando-se no grande corredor e olhando fixamente para o monge. O rapaz olhou para trás e viu outro grupo de seguranças parados, encarando-o. De outros corredores também saíram alguns guardas. Cristofer tinha apenas uma certeza: fora descoberto. Retornou ao corredor que conduzia à grande sala circular. Após entrar na sala, ficou esperando pelos homens, que não demoraram a chegar.
            O rapaz viu-se cercado por dezenas de soldados. Um dos homens adiantou-se em sua direção. Era o homem que o questionara momentos antes, indagando-o sobre o que ele fazia naquele andar do prédio.
            - Então você se acha muito esperto, não é, rapaz? Achou que tinha me convencido com aquela história sobre uma mensagem para o capitão?
            O homem fez uma pausa. Vários soldados começaram a rir.
            - Ora, todos sabemos que o capitão se encontra no sexto andar, como teria chegado aqui sem falar com ele?                                             
            O homem olhou fixamente para Cristofer, com um olhar de pura malícia, fazendo-o entender que, se pudesse, iria levá-lo bem machucado para o rei.
            - Sabe, rapaz, você contornou a segurança do castelo até este momento. O rei Xavier está louco para conhecê-lo. E nós seremos bem recompensados, pois estaremos prestando um grande favor para o nosso governante. Peguem-no – finalizou o homem.
            Quatro homens se aproximaram de Cristofer, mas não tiveram a menor chance. Com um salto, acertou um chute em dois ao mesmo tempo. Ao tocar o chão novamente, abaixou-se e girou o corpo acertando as pernas de outros dois. Quatro estavam fora de combate. Os guardas, vendo a perícia do rapaz, avançavam em grupo contra ele. Cristofer era rápido demais. Na medida em que ia derrotando os guardas, apossava-se das armas deles, demonstrando habilidade com variados instrumentos de luta. O homem que conduzira seus soldados àquela sala, com o objetivo de encurralar Cristofer, assistia, chocado, o monge derrotar uma quantidade absurda de adversários. Vinte soldados já estavam inconscientes, restavam somente dez.
            - Vou buscar reforços. Aguentem firme – gritou o homem, correndo em direção à porta.

            Quando o homem levou a mão em direção à maçaneta, sentiu algo grande e pesado atingindo-o nas costas. Desmaiou. No meio da luta, Cristofer dera vários saltos mortais para livrar-se momentaneamente dos dez soldados restantes. Levantara um dos seguranças caídos e o atirara com facilidade extrema na direção do homem que se aproximava da porta da sala. Estava perto de alcançar seus objetivos na mansão do rei, não poderia permitir que nada o atrapalhasse agora. Virou-se já em posição de combate. Teria que terminar aquela luta o mais rapido possível.

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